quinta-feira, 29 de julho de 2010

A Décima Segunda Fragata - Prólogo -

Mesmo a tanto tempo longe de casa ainda posso sentir o cheiro da minha esposa! Fico pensando em como seria bom voltar para seus braços, o gosto de sua comida, vestir roupas casuais largar um pouco das armas, sentir a terra firme em meus pés! Apenas vivendo, sem conflitos, sem brigas, apenas tranquila.
A única coisa que me conforta, é que minha busca é em nome do meu povo, para evitar destruição do meu reino! A busca pelos sete artefatos mistícos.
Já chegando ao final do nono ano de busca pelos artefatos, encontramos apenas quatro, sendo um deixado junto ao povo da água os Naiadys, uma aliança muito útil pois mostraram o seu valor contra o Guardião dos portões do mar Leste. Essa foi uma das batalhas mais complicadas com a qual me deparei durante minha vida de homem do Mar, esse monstro estava longe de ser vencido quando o príncipe Hut Mulej evocou um cavalo marinho do norte, nunca tinha visto tal animal! Por alguns segundos fiquei a contemplar sua beleza!
A luta foi épica, a participação da minha tripulação foi basicamente para manter a fera distraída, enquanto o príncipe atacava a fera por baixo, bem na sua boca. Após a morte da fera, vagamos completamente esvaridos de nossas forças, muitos já estavam a dormir porem eu não poderia me dar a esse luxo, foi então que meu observador no mastro principal gritou terra! Todo o resto da tripulação acordara mesmo que sem vontade para avistar o que ele tinha encontrado.
Nos deparamos com um portal imenso em alto mar, todo trabalhado em jóias a ideia que tive era que o portal era feito de puro ouro branco. Logo após extensões de terra formavam uma parede de mais ou menos dois metros de altura, em ambos os lados, formando um corredor na agua que dava direto ao portão principal. Como meu barco estava alarmantemente próximo ao muro pude sentir o cheiro dos campos verdejantes e notei que homens montavam a cavalo com uma postura excepcionalmente ereta, porém impossível de ser obtida pela velocidade que eles cavalgavam mas quando olhei atentamente a eles percebi que não havia pernas, eram uma espécie de homens-cavalo. Quando já estávamos bem próximos ao portão principal, nosso barco foi parado de repente.
O portão tinha facilmente seus cinquenta metros de altura, era adornado de pedras preciosas e entorno de sua forma possuía algumas escritas em uma língua que eu não consegui entender. Do alto do portão e ao lados nas encostas fomos cercados, nas encostas os tais "homens-cavalos" e no alto do portão vinte "homens-gorilas" com bestas de ouro, que reluziram ao serem apontadas para nossas cabeças, em meio aos "homens-gorilas" um ser que eu acreditei ser o único homem dali apareceu e em um único movimento de seu braço todos os guardas abaixaram suas armas e ficaram em posição de reverência. Este homem ali em pé, trajava um manto branco que cobria todo seu corpo deixando apenas seus olhos aparecerem, se apoiava num cajado porem não aparentava usa-lo como apoio, seus olhos eram de um amarelo vivo quase que incandescente, pude ter a impreção de que estava sendo julgado naquele exato momento e caso não fosse aprovado em tal julgamento algo de bom não estava a minha espera!